Sê honesto (contigo)




"O amor como vertigem
a paisagem como sombra
e a vida como qualquer coisa morta
O sorriso como escape
o paraíso faz-se aqui
o último filme de amor
qualquer coisa justifica o caos
qualquer fuga inevitável
qualquer dor inviolável
- veja, isso não mais te contenta? -
contenha-se em seu furor
conheça qualquer ou torpor
não instale mais falsas tréguas
permita-se inquietar-se
te rendas aos sortilégios
banhe-se com tuas lágrimas
e que teu pranto faça morrer flores
pois não merecem crescer aguando-se da tua desgraça
que morram burgueses, que vivam plebeus
sê honesto contigo
esquiva-te da ida e da morte
- pra que fazer mais? -
tenha covardia suficiente
e retrate-se de maneira fiel
vinga-te de teus únicos desejos
trata com indiferença teu amor
sofra, sem precisar e faça sofrer
- onde está o sentido? - "


(Maria Clara Carrilho, 05/2011.)

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