O ridículo da vida.



(figurinha da coleção "Amar é..." da década de 70/80.)


Ainda ontem, lendo um artigo, que intitulava-se "Estamos com fome de amor" do jornalista (e polêmico), Arnaldo Jabor, me atentei a uma passagem que ele diz: "Estamos é com carência de passear de mãos dadas, dar e receber carinho sem necessariamente ter que depois mostrar performances dignas de um atleta olímpico, fazer um jantar pra quem você gosta e depois saber que vão "apenas" dormir abraçados, sabe, essas coisas simples que perdemos nessa marcha de uma evolução cega." me dei conta de que realmente nada hoje em dia é mais moderno e necessário que amar.

Amar de verdade, amar com ternura, respeito, carinho, desejo (claro!), mas acima de tudo, "com açúcar e com afeto", ou ainda "amando devagar e urgentemente"...quando as pessoas vão se dar conta de que mesmo o amor sendo "o ridículo da vida", qual mal há em ser ridiculamente apaixonado pela outra pessoa e demonstra-lo? Não tem nada mais bonito que o olhar de bobo que um lança ao outro, ou um "eu te amo" inesperado no meio de todo mundo...onde está o romantismo, onde enterraram os bons e velhos costumes?
Hoje nos deparamos com pessoas solitárias e tristes, vazias, tudo o que elas têm é seu estudo, seu trabalho e um riso sem graça na cara, amarelo sabe? São pessoas vazias, inteligentes, bonitas e vazias de sentimento, desprovidas de paixão, saindo com uma ou outra pessoa e voltando pra suas solitárias vidas sem ninguém esperando, ou por esperar.

Quando vejo alguém se casando hoje em dia, eu realmente admiro, merecem aplausos pela coragem de ser "ridículos" e mostrar isso ao mundo, e é disso que precisamos, como diz Jabor ainda: "Antes idiota, que infeliz!".
Eu tenho pena dessa geração na qual infelizmente estou incluída (creio que por equívoco), tenho pena da falta de amor, pena de pessoas que se envergonham de mostrar ao mundo o quão "idiotas" são.
As pessoas perdem muito sendo racionais, modernas e discretas.
O melhor da vida é se jogar, viver com intensidade cada pequeno momento, cada sentimento porque é ai que está a tão sonhada felicidade, aceitar que é frágil.

Um dia, faz uns dois anos, eu já indignada com a falta de amor no mundo, fui falar com minha avó (que é viúva há mais de 20 anos, ainda usa aliança e nunca se casou com outro homem!), e perguntei pra ela porque os casamentos na epoca dela duravam "pra sempre", ela com toda a simplicidade e sabedoria disse "Filha, a gente tinha paciência, as pessoas hoje em dia não sabem mais passar por cima de certas coisas, e nas primeiras dificuldades já se separam.", pra mim, foi uma das coisas mais sensatas que já ouvi na vida.

Parece simples né? Mas é simples, a gente que complica, querendo mostrar quem não somos, querendo ser moderno e adequado estamos matando um sentimento que move o mundo, cada vez mais sozinhos, fechados, escravos de nossos vícios e a par das nossas virtudes.

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