Nada além






"De todo tempo que aparece
De toda mão que desobedece
Cada caminho toma um rumo
Cada escolha, a cada segundo...
De toda a dor que não cessa
De toda paixão que se apressa
Cada amor morre ou triunfa
Cada qual, sol, chuva ou lua
De todo sabor que apetece
De todo o gosto que permanece
Cada cheiro lembra ou confunde
Cada lembrança, cada mentira ilude.
De toda a vida e existência, 
de toda a alma e sua potência
Cada estrada será percorrida,
cada luz e cada verdade se esquiva."



(Maria Clara Carrilho, 09/2009).

Alguém te espera.


Alguém te espera,
No hall da casa, no quintal e no teu quarto
Alguém te espera e observa,
Te vê sem que o veja, te faz sonhar sem que saibas
Vê o quanto podre é teu espírito
Alguém te segue,
Segue teus passos, te tira da rua, te mostra o terror e te faz sentir dor
Te fere, te esgarça por dentro, te ama e te mata
Alguém te ouve,
Ri da tua cara, debocha de ti, mas chora...
Sarcasticamente te olha, e agora te encara com tara de perdedor
Está atrás do muro que separa a vida da morte,
A verdade da mentira,
O sim do não,
O burguês do plebeu...
Este alguém esta para ti
Como o sangue para a vitória
Tua alma não condenou-te
Tu condenaste teus sentimentos,
Te exilaste do convívio e da dor,
Penetraste num mundo sombrio,
Mundo belo por der sombrio,
E sombrio por ser belo
As beldades estão na escuridão,
Num dia cinza em pleno verão,
A beleza do rosto triste e pálido,
Do corpo branco e gelado por baixo dos lençóis...


Maria Clara Carrilho -  11/04/2007.

A menina

Conheço uma menina, mas ela me conhece bem melhor. Em algum momento, que ainda não me recordo, ela foi apartada de mim. Conveniente? Não consigo saber se foi vontade própria, ou algo involuntário, só sei que a menina pernanece viva, porém longe como se estivesse numa redoma, incomunicável.
Certas vezes quase que a ouço pedindo pra sair...sinto ela perto, sussurando...mas logo me afasto, e deixo claro que não há mais lugar pra ela junto de mim. Minha vida já é outra, meus interesses e ambições ela não suportaria.
Insistentemente ela bate à minha porta, eu tapo meus ouvidos e ouço minhas velhas musicas, mas meu pensamento fica atrás daquela porta, imaginando o que ela tem tanto a me dizer...mas não, eu não quero pagar pra ver...


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