Quem eu não sou.



Eu não sou mais menina, mesmo que pareça por vezes uma adolescente louca cá dentro de mim vive uma mulher suficientemente resolvida pro ponto da vida que se encontra agora.
Eu não sou aquela que quer e faz que não, se eu quero e vou e faço acontecer, já não acredito nos arrependimentos de coisas feitas.

Eu não sou boazinha nem tão frágil quanto aparento, nem tão arrogante quanto pensam
Eu não sou uma pessoa fácil de lidar, admito, tenho manias péssimas e não finjo sentimentos ou sensações, se eu falar “ai” é porque doeu de verdade, meu “não” é não e meu sim é “sim” eu não gosto do “talvez” e o “se” eu tenho medo de ouvir e vergonha de dizer.

Eu não gosto de muitas coisas mesmo, sou um pouco intolerante com o que julgo de mau gosto, às vezes sou superficial, mas quando tenho que ir a fundo, eu vou, INTEIRA.
Eu não sou “mais ou menos”, nem “morna” nem “sem sal”, juro que prefiro incomodar em demasia a não fazer diferença para nada nem ninguém, a indiferença me mata.

Eu não sou muito bacana não, sou tímida, gosto de ter pouquíssimos amigos e nem esses consigo manter, tenho extrema dificuldades em manter amizades, grupos, “galera”, etc.
Eu não sei dançar (sóbria), quando ébria creio que sou o ser humano mais dançante e amigo que existe, passo de “semi-anti-social” pra “pessoa mais social do mundo” em duas taças de champanhe, três doses de tequila ou algumas cervejas.

Eu não sou suave, eu sou intensa em tudo o que faço, em tudo o que sou.

Eu não sei ser quem eu não sou pra me adequar a qualquer coisa que seja, esse é um defeito grave, mas não gosto de mudar meu jeito pra agradar ninguém não, acho que venho perdendo a paciência a cada ano que passa, me tornando um pouco intolerante. Apesar de não parecer eu fui me modificando com as experiências que passei, umas mais outras menos, mas todas me deixaram marcas inapagáveis pro resto da vida, é com essas marcas que hoje eu sigo caminhando e é por essas que eu me lembro que não vale a pena mudar o seu jeito pra agradar, só se for pra agradar a si mesmo, soa egoísta? Creio que essa é a palavra sim, é feia né? Machuca pra caramba também, mas é a única que não vai deixar que te machuquem (muito). Doar-se só é bonito se você quiser ser um santo, se você quiser sobreviver pense mais em sentir-se bem consigo, doe-se a si mesmo, desfrute a sua presença, as pessoas estão cada dia mais sozinhas e a coisa ta caminhando pra isso mesmo, e não adianta vir com discurso de mudar o mundo começando por você, porque no fim meu amigo, você vai ter amor pra dar, mas não pra quem dar.

Maria Clara Carrilho - 13/12/2011

Não basta...

"Comece - ironicamente - seguindo o conselho de quem deixou de te amar. Cuide de você." - (Caio F. Abreu.)




Esses dias eu realmente estava mal sabe? Pensava nele noite e dia, sonhava com ele até...mas tudo bem, nada que um porre ou no meu caso o trabalho, nao resolva.

Mas hoje eu sinceramente acabei de crer que as pessoas são más, são sádicas e principalmente egoístas, elas querem que voce as deixe em paz, viver feliz, mas não querem ser esquecidas.

A mensagem me surpreendeu quano eu via um ótimo filme, claro que em hipótese alguma esperava que fosse de quem fosse. afinal eu dei tudo o que ele me pediu e até mais. Mas ali estava, lamentando o que leu aqui nesse blog, sentindo-se mal por mim! Mas, espera um pouco: Porque? Não há raios de porquês que explique tamanha maldade, se sentisse mesmo, se realmente tivesse entendido meus escritos e minhas ultimas palavras para ele quando tudo se acabou, NUNCA teria me procurado, depois não contente envia uma outra pedindo desculpas pela primeira (???) não peça desculpas, a coisa ja ta feita, se viu que fez mal, entao deixa por isso! A emenda saiu pior que o soneto, como sempre.

Não sei bem o que se passa numa mente sádica, mas a pouco estou descobrindo, e eu não sabia que pudesse existir um ser tão egoísta quanto eu nesse mundo.

Se alguém não quer mais saber de mim, do que eu sinto, sentir pena de mim, ou qualquer coisa o genero, aviso: não leia este blog, aqui é meu espaço, onde escrevo o que sinto, o que penso, o que quero e se voce fez/faz parte da minha vida é óbvio que vai estar aqui, e quer sentir pena da pobre moça que vos fala, já digo de antemão (aliás voce ja sabe disso) Não quero sua pena, eu queria seu amor, qualquer coisa que não seja isso eu descarto, ignoro e abomino.

Claro que sabia que eu ia me sentir assim, claro que foi tudo pensado e claro que voce deve estar se perguntando porque sua "ex-namorada-stand by" não te ligou, pois continue pensando, e eu vou continuar não ligando.

Eu sempre estive, sempre fui, sempre respondi, sempre chamei, implorei. ajoelhei, me humilhei, pedi por seu amor, te propus quase tudo e fiz tudo que podia, mas agora não é por raiva não, eu preciso ter uma vida que não dependa de alguém pra ser feliz, de um relacionamento que não seja destrutivo, de uma pessoa que só queira me ver sorrir e que faça tudo pra isso acontecer.

Uma pessoa que não me jogue na cara meus erros, mas que admire meus acertos, que esteja comigo quando eu não tô bem e que depois não se queixe disso, que me aceite imperfeita, e que não pense que minha fragilidade é doença.

Eu sou assim, com meus vícios e virtudes, minhas lágrimas e minhas manhas. Mas sabe o que eu descobri? Que eu tenho muita coisa boa que supera boa parte disso...

o que eu amo?





"Ninguém ama outra pessoa pelas qualidades que ela tem, caso contrário os honestos, simpáticos e não fumantes teriam uma fila de pretendentes batendo a porta.

O amor não é chegado a fazer contas, não obedece à razão. O verdadeiro amor acontece por empatia, por magnetismo, por conjunção estelar.

Ninguém ama outra pessoa porque ela é educada, veste-se bem e é fã do Caetano. Isso são só referenciais.

Ama-se pelo cheiro, pelo mistério, pela paz que o outro lhe dá, ou pelo tormento que provoca.

Ama-se pelo tom de voz, pela maneira que os olhos piscam, pela fragilidade que se revela quando menos se espera"




Arnaldo Jabor

O que vai fazer falta

Foi bom, teve muita coisa que realmente valeu a pena...mas como tudo tem um fim, ou recomeço, assim como quiser chamar, chega a hora do adeus, boa sorte e seja feliz.

Eu já tive raiva, ja praguejei, e hoje apesar de triste sigo sem rancor, sem mágoa. Sofro, sinto muito e sei que a pior parte ainda vem, mas decidi enfrentar isso ai de peito aberto pra doer mesmo, sangrar, e assim me rasgando por dentro toda a saudade e a falta que vai me fazer ele, enfim se transformar numa ferida, que de leve eu vou cuidar pra cicatrizar.

Eu vou sentir falta daquele cheiro de cigarro que misturado com seu proprio cheiro incrivelmente me deixava louca.
Eu vou sentir falta do cheiro do cabelo dele, de fazer carinho até ele (ou eu) dormir...e a falta que vai me fazer acordar brava no meio da noite porque ele me roubou todo o cobertor.
Eu vou estranhar o jeito que ele falava meu nome, e o fato de eu nunca conseguir falar o dele
Eu vou estranhar os tres travesseiros na minha cama, e nehum com o cheiro dele.
Eu vou estranhar aquele abraço dentro do qual eu me sentia protegida e indefesa ao mesmo tempo, e o jeito que ele me fazia rir daquelas piadas sem graça.
Mas oq eu realmente vou sentir falta é de não ter mais pra quem dizer esse "eu te amo" tão sincero que eu tenho bem aqui, na ponta da lingua.


- hoje eu te disse o ultimo eu te amo, e de verdade, doeu muito

Standy-by.




Nessa madrugada chuvosa, acabou mais uma vez, por vez ou de vez; com o gosto amargo e salgado das lágrimas mais uma vez escorridas na minha boca, talvez pra sempre, ao menos por você.

Eu já não me sinto como eu, me parece as vezes que sou feita de lembranças das pessoas que passaram na minha vida e que quando cada uma se vai leva um pedaço meu, e ele me parece levar muito mais que eu poderia  suportar perder.

Ja praguejei, chorei, implorei e quase ajoelhei, como se pedisse um milagre a um santo.
O unico pedido que fazia era: "não me deixe, por favor mude de idéia, eu te amo!" (como se amor se pudesse mendigar assim...), me sinto a mais desprezível das criaturas não amadas.

Tudo estava bem, ele mais uma vez quis isso, provocou e recebeu sua deixa pra fazer tudo que precisava.
E eu mais uma vez, tola, cai na cilada.

Mas porque ele faz e desfaz?
Simples, porque sabe que eu estou e estarei aqui, aliás ele tem certeza, e eu tambem teria se fosse ele.

Ms como eu ja disse um dia, e repito que não é uma ameaça, é apenas uma constatação de experiências passadas: as pessoas que "sempre estão" um dia cansam e daí, não voltam mais, mesmo.

Eu sempre fui meio stand-by na vida alheia e na minha propria vida até, essa coisa de "sempre estar" pra tudo e todos ta me tirando o sono, a paciencia e a força.

Eu juro que um dia eu dou "off"
...

O ridículo da vida.



(figurinha da coleção "Amar é..." da década de 70/80.)


Ainda ontem, lendo um artigo, que intitulava-se "Estamos com fome de amor" do jornalista (e polêmico), Arnaldo Jabor, me atentei a uma passagem que ele diz: "Estamos é com carência de passear de mãos dadas, dar e receber carinho sem necessariamente ter que depois mostrar performances dignas de um atleta olímpico, fazer um jantar pra quem você gosta e depois saber que vão "apenas" dormir abraçados, sabe, essas coisas simples que perdemos nessa marcha de uma evolução cega." me dei conta de que realmente nada hoje em dia é mais moderno e necessário que amar.

Amar de verdade, amar com ternura, respeito, carinho, desejo (claro!), mas acima de tudo, "com açúcar e com afeto", ou ainda "amando devagar e urgentemente"...quando as pessoas vão se dar conta de que mesmo o amor sendo "o ridículo da vida", qual mal há em ser ridiculamente apaixonado pela outra pessoa e demonstra-lo? Não tem nada mais bonito que o olhar de bobo que um lança ao outro, ou um "eu te amo" inesperado no meio de todo mundo...onde está o romantismo, onde enterraram os bons e velhos costumes?
Hoje nos deparamos com pessoas solitárias e tristes, vazias, tudo o que elas têm é seu estudo, seu trabalho e um riso sem graça na cara, amarelo sabe? São pessoas vazias, inteligentes, bonitas e vazias de sentimento, desprovidas de paixão, saindo com uma ou outra pessoa e voltando pra suas solitárias vidas sem ninguém esperando, ou por esperar.

Quando vejo alguém se casando hoje em dia, eu realmente admiro, merecem aplausos pela coragem de ser "ridículos" e mostrar isso ao mundo, e é disso que precisamos, como diz Jabor ainda: "Antes idiota, que infeliz!".
Eu tenho pena dessa geração na qual infelizmente estou incluída (creio que por equívoco), tenho pena da falta de amor, pena de pessoas que se envergonham de mostrar ao mundo o quão "idiotas" são.
As pessoas perdem muito sendo racionais, modernas e discretas.
O melhor da vida é se jogar, viver com intensidade cada pequeno momento, cada sentimento porque é ai que está a tão sonhada felicidade, aceitar que é frágil.

Um dia, faz uns dois anos, eu já indignada com a falta de amor no mundo, fui falar com minha avó (que é viúva há mais de 20 anos, ainda usa aliança e nunca se casou com outro homem!), e perguntei pra ela porque os casamentos na epoca dela duravam "pra sempre", ela com toda a simplicidade e sabedoria disse "Filha, a gente tinha paciência, as pessoas hoje em dia não sabem mais passar por cima de certas coisas, e nas primeiras dificuldades já se separam.", pra mim, foi uma das coisas mais sensatas que já ouvi na vida.

Parece simples né? Mas é simples, a gente que complica, querendo mostrar quem não somos, querendo ser moderno e adequado estamos matando um sentimento que move o mundo, cada vez mais sozinhos, fechados, escravos de nossos vícios e a par das nossas virtudes.

Um novo motivo


Há tempos não escrevo, e era exatamente nesse momento que minha criatividade deveria estar transbordando páginas e páginas, mas não está.
Nem a tristeza vem me sendo produtiva.

Fins-de-relacionamento são produtivos, sempre foram, aliás qualquer questão que pra mim envolva sentimentos é razão pra me perder em versos, mas sinto uma inquietação imensa que não transborda, não flui, não rende.
Creio que tudo que teria que ser dito, eu já disse realmente...creio que qualquer palavra sobre o assunto vai parecer batida.

Agora, de agora em diante só quero falar do que for bem sucedido, de amor, alegria e paz no coração, porque é disso que eu preciso urgentemente.
Este é o último post pra falar deste fim específico, agora quero falar de recomeços, novas chances e novos sofrimentos, os antigos já me cansaram em demasia.









Quando acaba mesmo?

Mais difícil que uma relação que se acaba é a maneira como se acaba. Certo não estava tudo bem, nem de longe, mas existem maneiras de acabar um pouco menos mal...claro que vai haver ressentimento, dor e luto muito mais por quem levou o tiro do que por quem atirou.
O pior de tudo é que voce olha aquela pessoa que já te fez feliz e que voce ainda ama indo embora e te dizendo palavras duras, e voce percebe que realmente ela não se importava.
É um processo doloroso que pode durar muito tempo e tudo o que voce deseja é não pensar mais, nunca mais se envolver ou acordar do lado dele e descobrir que só foi um sonho ruim (e voce então se lembra das vezes que acordou com um pesadelo e ele realmente estava lá e dizia que nada de mal iria te acontecer.)
Em princípio sente-se até um certo alívio: as brigas acabaram de vez, mas logo em seguida voce ta de novo chorando, lembrando e se perguntando onde esta o erro, se culpa, culpa ele, culpa o horóscopo e procura livros de auto-ajuda.

E sempre digo que o mais doloroso vem depois, passando a fase de negação, cair em si com certeza dói bem mais, sempre. E "cair em si" por vezes pode demorar mais que se pensa.





Dor, amor ou os dois.


Hoje, outra pessoa (a segunda em algumas poucas semanas) me perguntou se sou masoquista...

é...acho que é algo pra se pensar.




...tanto quanto constrói.



Creio que deva existir um momento que o coração cansa de sofrer, que os olhos secam de tanto chorar e a alma passa a aquietar-se de tão exausta.

Você se doa inteiramente, voce chora, voce pede, implora, aceita e pede de novo. Você sabe que está sendo ridícula, não quer mais ouvir a conversinha "não é voce sou eu", "voce é tão linda e simpática" e aquele exaustivo "mas...", sinceramente é preciso ser estúpida para amar, voce se expõe ao ridículo, acredita em tudo, ele te diz 99% de coisas e palavras ruins mas é daquele maldito 1% de coisas lindas que voce insiste em se apegar.

E eu sinceramente desejo a essas pessoas que nunca estejam desse lado que estou agora, que de certo deve ser meu lugar.

Se eu sou masoquista? Claro que sim, é impossível que não o seja. É como voce ter um machucado e ao invés de deixar que cicatrize, voce fique cutucando ele.

E isso de que um dia voce aprende, pra mim não valeu, conheço gente que sofreu por amor e se curou dessa tortura sentimental, mas eu, não eu realmente sou incorrigivelmente romântica, e acreditem: sim, eu acredito no amor, ainda.

De Caio F. Abreu, pra mim.



Sabe quando voce lê uma coisa que se não fosse impossível, teria sido exatamente escrita pra voce? Pois é Ai vai o texto que Caio Fernando Abreu, sem saber, escreveu pra mim.










“Lá está ela, mais uma vez. Não sei, não vou saber, não dá pra entender como ela não se cansa disso. Sabe que tudo acontece como um jogo, se é de azar ou de sorte, não dá pra prever. Ou melhor, até se pode prever, mas ela dispensa.
Acredito que essa moça, no fundo gosta dessas coisas. De se apaixonar, de se jogar num rio onde ela não sabe se consegue nadar. Ela não desiste e leva bóias. E se ela se afogar, se recupera.


Estranho e que ela já apanhou demais da vida. Essa moça tem relacionamentos estranhos, acho que ela está condicionada a ser uma pessoa substituta. E quem não é?
A gente sempre acha que é especial na vida de alguém, mas o que te garante que você não está somente servindo pra tapar buracos, servindo de curativo pras feridas antigas?


A moça…ela muito amou, ama, amará, e muito se machuca também. Porque amar também é isso, não? Dar o seu melhor pra curar outra pessoa de todos os golpes, até que ela fique bem e te deixe pra trás, fraco e sangrando. Daí você espera por alguém que venha te curar.
Às vezes esse alguém aparece, outras vezes, não. E pra ela? Por quem ela espera?
E assim, aos poucos, ela se esquece dos socos, pontapés, golpes baixos que a vida lhe deu, lhe dará. 


A moça – que não era Capitu, mas também têm olhos de ressaca – levanta e segue em frente. 
Não por ser forte, e sim pelo contrário… Por saber que é fraca o bastante para não conseguir ter ódio no seu coração, na sua alma, na sua essência. E ama, sabendo que vai chorar muitas vezes ainda. Afinal, foi chorando que ela, você e todos os outros, vieram ao mundo.” 




(Caio F. Abreu.)

Se?




"Se eu perco o chão nos teus braços,
se me dissolvo nos seus beijos,
se me confundo com teu corpo,
se teu cheiro me enebria,
se teu gosto ainda tá na minha boca,
e se tudo que eu quero é que voce esteja em mim, agora."




(Maria Clara Carrilho, 27/07/2011.)

Acabou, boa sorte.







"Sabe a sensação de arrancar um doce de uma criança? Pois é, sou essa criança. E dói." - (Caio F. Abreu.)


Ninguém nessa situação desejaria coisas boas ao outro, e tudo bem, isso acontece o tempo todo, é a vida, etc...mas qoce fica tomado por uma mescla de tristeza, raiva e desespero, e realmente, me desculpem os bons de coração, eu penso e sinto muitas coisas ruins.

Por mais que voce tenha passado por isso 300 vezes, a dor sempre é a mesma, o sentimento de abandono e apergunta "o que foi que eu fiz?" continuam vindo a tona. Voce pensa e sente realmente que seu mundo acabou, voce não come, chora, tem vontade de ligar, de gritar e de quebrar tudo (se voce é mulher e também tem a TPM como agravante, isso triplica.) Voce não consegue dormir, escreve no seu blog as 5 horas da madrugada, vê filmes totalmente inúteis afim de não pensar exatamente no que voce está pensando.

Mas o pior de tudo, é quando voce se dá conta que mais uma vez voce não tem amigos, porque dedicou-se total e exclusivamente a relação, você percebe que já não era mais a protagonista da sua vida, e sim espectadora esperando ele fazer todo o show. Voce está completamente sozinha e tem que recontruir tudo masi uma vez: sua auto estima, seu círculo social e precisa enfim andar com suas próprias pernas.

Voce vai esperar por semanas, meses...por uma mudança de idéia da outra parte, vai se embebedar, vai fazer planos, meditação, yoga, pintura, mudar os móveis de lugar, ler livros de auto ajuda e tentar ocupar a maior parte do tempo co qualquer coisa.

Voce com certeza vai se perguntar muitas mais vezes onde foi que isso deu errado, e enfim vai se lembrar pateticamente "É...parece que aquela mudança dos móveis do quarto para movimentar as energias pelo feng-shui realmente foi a causa, eu deveria ter lido mais sobre o assunto..."

Leve desespero









Precisa-se urgentemente de leveza...na alma, no corpo e no coração principalmente, até pra respirar tá pesando sabe? É preciso livrar-se do medo e lembrar que essa dor também vai passar.

Não importa.





"É como se mil pessoas se importassem com você, menos uma. E, de alguma forma, era a única que você necessitava que se importasse." - (Caio F. Abreu.)




Ela estava onde queria e com quem queria, mas no final das contas estar onde se quer e com quem se deseja já não fazia sentido mais. Ela recordou-se da canção de Cazuza "solidão a dois de dia, faz calor depois faz frio..." e em sua cabeça era tudo o que conseguia ouvir. Mas como quem não desistia fácil, continuava tentando, com bem menos sorrisos e um tanto cansada.
Não era tola, ou não pensava que fosse tolice acreditar que as pessoas e as situações pudessem mudar. Tinha uma esperança imensa dentro de si, ela realmente queria acreditar.

A menina que sorria.




Certo dia lá estava ela, feliz. Por momentos seguiu sorrindo, tudo era perfeito quando ela enxergava a vida assim. E quando algo novo parecia querer colocar tudo que construira abaixo, ela simplesmente sorria. E resolveu nunca mais usar roupas de cores escuras, e nem vestir lágrimas no rosto, ela já achava demodê.

Ela não abrira mais os livros, só assistia comédias e romances com happy ends. Não assistia mais telejoranais, tampouco lia notícias, pois percebera que o mundo não iria mudar se ela fizesse, (ou não), isso.

Por amor a si mesma não se envolvia em nada que pudesse tirar sua alegria. É como se ela tivesse trocado o plano de fundo da sua vida.

Ela assistia novelas, olhava o céu bonito a noite e rezava pra dormir como sua mãe ensinara.
Acordava pela manhã, abria a janela fazendo toda a luz entrar contemplava o cato dos pássaros e saia para passear com seu cão.

Pela tarde ouvia algumas radios e cantarolava sucessos pop dançando, como quando o fazia na infância.

E vivia assim, a par de si mesma e apenas do que lhe fazia feliz ou lhe acrescentava coisas boas, que a fizessem sempre e simplesmente, sorrir.

Sê honesto (contigo)




"O amor como vertigem
a paisagem como sombra
e a vida como qualquer coisa morta
O sorriso como escape
o paraíso faz-se aqui
o último filme de amor
qualquer coisa justifica o caos
qualquer fuga inevitável
qualquer dor inviolável
- veja, isso não mais te contenta? -
contenha-se em seu furor
conheça qualquer ou torpor
não instale mais falsas tréguas
permita-se inquietar-se
te rendas aos sortilégios
banhe-se com tuas lágrimas
e que teu pranto faça morrer flores
pois não merecem crescer aguando-se da tua desgraça
que morram burgueses, que vivam plebeus
sê honesto contigo
esquiva-te da ida e da morte
- pra que fazer mais? -
tenha covardia suficiente
e retrate-se de maneira fiel
vinga-te de teus únicos desejos
trata com indiferença teu amor
sofra, sem precisar e faça sofrer
- onde está o sentido? - "


(Maria Clara Carrilho, 05/2011.)

Já passou...





"[...] No entanto, o que terminei sendo, e tão cedo? Terminei sendo uma pessoa que procura o que profundamente se sente e usa a palavra que o exprima. É pouco, é muito pouco." - (Clarice Lispector.)




Já passou, mas hoje por 20 e poucos minutos apenas, tive uma clareza imensa sobre o que foi a minha vida até o momento...me escorreu uma lágrima e outra, então com o se estivesse lavando o rosto para despertar pela manhã, despertei para o que vivenciara.
Breve e estranha lucidez, passava-me como um filme que tinha fim mas não havia começado ainda. Poucas as vezes que me dei conta do que tomei em meus pensamentos. Nunca havia tido tamanha precisão e certeza do tamanho deste vazio, do quão longe fui buscar meus sonhos e do quão distante permanecem de mim, é como se tivesse andando em círculos, é como saber exatamente os pontos nos quais falhara. Quase tomei nota de tudo para que não esquecesse, por mais assustadora que seja, é a verdadeira essência do que penso ser minha existência até o momento.
O que sou, o que se passou, o que será está há muito já estreitado à minha consciência que eu, impacientemente venho tentando sabotar, e veja que surpresa, em um momento único de descuido, regado a vinho e à sobriedade sentimental, ela me sabota e despe-se sem culpa nenhuma.
Os olhares vertem-se no horizonte atípico e já não estou só.


...


Atípico a esse sentimento de quase lá, 
conivente ao pré estabelecido fracasso,
estreito, como meu peito cheio de "se"...

Partilhando poesia alheia: E agora José?




"A festa acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu,
a noite esfriou,
e agora, José ?
e agora, você ?
você que é sem nome,
que zomba dos outros,
você que faz versos,
que ama protesta,
e agora, José ?

Está sem mulher,
está sem discurso,
está sem carinho,
já não pode beber,
já não pode fumar,
cuspir já não pode,
a noite esfriou,
o dia não veio,
o bonde não veio,
o riso não veio,
não veio a utopia
e tudo acabou
e tudo fugiu
e tudo mofou,
e agora, José ?

E agora, José ?
Sua doce palavra,
seu instante de febre,
sua gula e jejum,
sua biblioteca,
sua lavra de ouro,
seu terno de vidro,
sua incoerência,
seu ódio - e agora ?

Com a chave na mão
quer abrir a porta,
não existe porta;
quer morrer no mar,
mas o mar secou;
quer ir para Minas,
Minas não há mais.
José, e agora ?

Se você gritasse,
se você gemesse,
se você tocasse
a valsa vienense,
se você dormisse,
se você cansasse,
se você morresse…
Mas você não morre,
você é duro, José !

Sozinho no escuro
qual bicho-do-mato,
sem teogonia,
sem parede nua
para se encostar,
sem cavalo preto
que fuja a galope,
você marcha, José !
José, pra onde?"




Carlos Drummond de Andrade.

Mais uma de amor...







"É preciso trégua,
é preciso sentir-se só
é preciso não ser preciso
é apropriado não ter ilusões
é correto não seguir reto
é necessário estreitar os laços,
é válido encurtar as distâncias,
é melhor que se cruzem os caminhos
é sadio que se tenha abraços
é importante que haja carinho
é imprescindível dizer: 
- eu te amo."










Maria Clara Carrilho, 13 de abril de 2011.

Vai ver que é isso...



Vai ver que é isso mesmo, minha vida também nunca foi lá de grandes alegrias...aliás me lembro de poucas até.
Se tudo passa, eu sei que sim...passa dai volta com outra figura mas no mesmo papel. Vai e volta, acaba e começa, daí recomeça...enfim é isso, não há mais oq se fazer então, se nessa altura de meus quase trinta anos ainda errante vivo assim.

São os mesmos e velhos estigmas afundando-me na mesma e velha dor, já não sei quando e a quanto caminho, se avanço ou regrido, só sei que choro muito mais que rio, e esta certeza fez-se há tempos já, não é de agora que as coisas vão neste rumo, antes regada a um pouco de ilusões e bebidas mais baratas talvez parecessem mais distantes as tristezas e o fatídico destino nada fabuloso da minha jornada.

Com a frieza que nunca tive, e com as razões que nunca me moveram, cá estou mais uma vez, por meus próprios erros, mas por minhas próprias pernas.

Nada além






"De todo tempo que aparece
De toda mão que desobedece
Cada caminho toma um rumo
Cada escolha, a cada segundo...
De toda a dor que não cessa
De toda paixão que se apressa
Cada amor morre ou triunfa
Cada qual, sol, chuva ou lua
De todo sabor que apetece
De todo o gosto que permanece
Cada cheiro lembra ou confunde
Cada lembrança, cada mentira ilude.
De toda a vida e existência, 
de toda a alma e sua potência
Cada estrada será percorrida,
cada luz e cada verdade se esquiva."



(Maria Clara Carrilho, 09/2009).

Alguém te espera.


Alguém te espera,
No hall da casa, no quintal e no teu quarto
Alguém te espera e observa,
Te vê sem que o veja, te faz sonhar sem que saibas
Vê o quanto podre é teu espírito
Alguém te segue,
Segue teus passos, te tira da rua, te mostra o terror e te faz sentir dor
Te fere, te esgarça por dentro, te ama e te mata
Alguém te ouve,
Ri da tua cara, debocha de ti, mas chora...
Sarcasticamente te olha, e agora te encara com tara de perdedor
Está atrás do muro que separa a vida da morte,
A verdade da mentira,
O sim do não,
O burguês do plebeu...
Este alguém esta para ti
Como o sangue para a vitória
Tua alma não condenou-te
Tu condenaste teus sentimentos,
Te exilaste do convívio e da dor,
Penetraste num mundo sombrio,
Mundo belo por der sombrio,
E sombrio por ser belo
As beldades estão na escuridão,
Num dia cinza em pleno verão,
A beleza do rosto triste e pálido,
Do corpo branco e gelado por baixo dos lençóis...


Maria Clara Carrilho -  11/04/2007.

A menina

Conheço uma menina, mas ela me conhece bem melhor. Em algum momento, que ainda não me recordo, ela foi apartada de mim. Conveniente? Não consigo saber se foi vontade própria, ou algo involuntário, só sei que a menina pernanece viva, porém longe como se estivesse numa redoma, incomunicável.
Certas vezes quase que a ouço pedindo pra sair...sinto ela perto, sussurando...mas logo me afasto, e deixo claro que não há mais lugar pra ela junto de mim. Minha vida já é outra, meus interesses e ambições ela não suportaria.
Insistentemente ela bate à minha porta, eu tapo meus ouvidos e ouço minhas velhas musicas, mas meu pensamento fica atrás daquela porta, imaginando o que ela tem tanto a me dizer...mas não, eu não quero pagar pra ver...


Engano

"Poderia ser triste,
Poderia ser festa,
mas é saudade...
não saudade de coisa boa,
nem de coisa ruim...
saudade estranha,
de coisas que não entendo,
de pessoa que não conheço bem,
de momentos fantasiados por mim,
de dialogos criados em meus devaneios
Mas onde se esconde a verdadeira face dessa saudade?
onde eu abraço?
quem eu sigo?
quando estou?
Onde estão meus desejos satisfeitos?
em qual peito eu descanso?
agora, nessa angustia, quem eu procuro?
quem eu grito?
(...)
estou só..."





(Maria Clara Carrilho, 29 de janeiro de 2011, 4:30hrs, São Paulo.)

Strange days





Dias estranhos, chuvosos, escuros, por vezes me esqueço onde realmente estou...aqui eu consigo ser mais eu, livrar-me de certos padrões e regras estabelecidos anteriormente, aqui sou quem sou, não sou filha de fulano nem meu sobrenome interfere em algo...aqui sou mais uma, sou o que sempre quis ser, uma ilustre desconhecida.
Aqui é onde meus passos começaram a ser contados do zero, é onde estou reconstruindo-me, reinventando-me, revisando-me.
Não pertenço mais a um ou outro estereótipo comum. Tenho meus demônios a me atormentar ainda, os velhos e por vezes ignorados demônios...Mas quem não os tem?
Ainda tenho as mesmas sensações quando me deparo comigo mesma e quando me perco também.
O que resta são verdades e mentiras que brincam de esconder com minha insanidade sentimental, "e lá vamos nós de novo", eu penso...

Back to Home Back to Top Trocando em miúdos. Theme ligneous by pure-essence.net. Bloggerized by Chica Blogger.